domingo, 28 de fevereiro de 2010

Fim de tarde

Púrpura flor só
Que iluminas o ocaso
Neste resto de dia.
Não cabe no teu vaso
Toda a alegria
De te poder soprar
Em derradeiro expiro
Um pouco de vento.

Desse vento que choras
Quando ouves chegar
Prestes a luz diáfana
Acordada pelo chilreio
De um bando de pardais.
São crianças no recreio
Que cantam a azáfama
Dos voos matinais.

Que forma mais bela
Esse teu pendor altivo
Perante a certeza
De nunca mais voltar
A viver um momento
Para poder olhar
Tanta grandeza
Tanto movimento.

Anunciada calma
De pastos verdes
Promessa feita
Entre paredes
Numa cama
Onde agora jaz
Uma alma
Desfeita.

Madrugadora
Névoa
que
Se
Faz
Em
Nada
.

24.11.2009

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