domingo, 13 de junho de 2010

Tudo Ou Quase Nada

Quero e não quero! Tudo! Mais nada!
Então uso, abuso e depois... Deito fora!
Já não sobra de querer, nem que viver.
As asas já não voam além da entrada,
A vida não dura mais que uma hora,
E mal nasci, já estou quase a morrer.
Só tenho voz, apesar de muito cansada!

Quero e não quero! Tudo! Mais nada!
Amo hoje, amanhã não... Ou talvez...
De dia, já muito pouco me importa,
À noite, até que venha a madrugada,
Atravesso a cidade de lés a lés,
Corro as horas de porta em porta,
No leito a alma deito, embriagada!

Quero e não quero! Tudo! Mais nada!
Vendo a alma a um qualquer diabo,
Sonho ainda, como fosse só menino,
Falo muito quando não digo nada,
Mas visto bem, ao fim e ao cabo,
Havia de ser este o meu destino!
E tenho tudo! Tudo, ou quase nada!




Leonel Auxiliar, Serpa 13.06.2010